Dizem que sou estranha.

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Estranha porque não falo da minha vida pessoal no trabalho. Sim, sou estranha por isso.
Sou estranha, porque não relato, pormenorizadamente, a minha vida sexual. Leram bem.
Segundo parece, se não falarmos de sexo, somos estranha. Tens complexos ou és virgem.
Se não partilhes a monumental queca que deste, com duas almas pobres de espírito e de mente, não és normal ou não pertences à elite dos vulgares. Que peninha. Certeza que nem vou dormir durante as próximas noites. Adivinham-se muitas insónias aqui para a Elle.
Caros colegas de trabalho, o que se passa na minha vida pessoal, só a mim diz respeito, é pessoal, não é assunto profissional, a menos que estivesse nesse ramo, o que não é o caso.
Mais, a mim pouco me importa com quem dormem , qual é a vossa posição preferida e que vos dá menos prazer.
O tempo que perdem a devastar a vossa vida pessoal, se se preocupassem em trabalhar, certeza que os nossos resultados, enquanto equipa, seriam melhores.
Se quiser falar de sexo com alguém, tenho amigos para o fazer, obrigada.
Assim como deixo os meus problemas, más-disposições e neuras à porta de entrada, deixo tudo o resto, que não traga nada de produtivo e interessante ao serviço para o qual somos pagos.
Fizessem vocês o mesmo, e estaria num bom local de trabalho, com pessoas profissionais.
Mentalizem-se, vocês são só meus colegas de trabalho, porque lá tem que ser.
Para passarem a meus amigos, teriam de amadurecer muito essas cabecinhas de morangos com açúcar que têm.
Se sou estranha? Sem dúvida que sou!