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Eu q’ria ser o Mar ingente e forte
O mar enorme, a vastidão imensa...
Eu q’ria ser a árvore que não pensa,
Que ri do mundo vão e até a morte...
Eu q’ria ser o Sol, o irmão do Mar
O bem do que é humilde e pobrezinho...
Eu q’ria ser a pedra no caminho
Que não sofre a tortura do pensar...
Mas o Mar também chora de tristeza...
E a árv’re também, como quem reza,
Levanta aos céus os braços como um crente!
E o Sol cheio de mágoa ao fim de um dia,
Tem lágrimas de sangue na agonia,
E as pedras, essas, pisa-as toda a gente...

Florbela Espanca

2 Opiniões Sinceras:

Joana disse...

Gosto muito de Florbela Espanca. Não é a poeta que se espera, sempre a ver a beleza das coisas e a defender o romantismo acima de tudo o resto. Apesar de normalmente ser um pouco derrotista, vê mais a realidade do mundo que os demais.

Bonito poema que escolheste ;)
Um beijinho

MariaMil disse...

Adorei o poema... e daí se tira a lição de que devemos ser nós próprios!

beijo*

 
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