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Quantas e quantas vezes, não a olho e penso, se aquela pessoa pessoa que ali está e que falou de modo tão calmo, tão firme tão assertivo, é a mesma boneca, que entrou pela minha casa, e pela minha vida, adentro pelos braços da minha mãe. Se foi por ela que me pus aos saltinhos, e pedi para a mãe me deixar brincar com ela, mas não, a mãe disse que não, que ainda era muito pequenina para brincar.
Se é aquela a quem um dia cortei as unhas tão rentes, mas tão rentes que fez um cagaçal de lágrimas.
Aquela a quem, numa brincadeira de criança, que era na altura, a fazer o famoso avião, foi com a cabeçita contra a mão do carrinho de bebé e se pós aos berros que nem louca, e a quem toda a gente da casa veio acudir.
Aquela a quem empurrava a aranha, o carrinho, a quem comia as papinhas, a que ia ver se estava a dormir, se estava acordada.
Lembro-me agora que a achava uma chata, dormia o dia todo e de noite ninguém a calava.
Aquela que quando começou a falar me pedia auxilio e corria para os meus braços, porque Xis tinha sido mau para ela, por isso, tinha que ir ralhar-lhe.
Aquela que quando os nossos pais lhe ralhavam, ameaçava com um " vou dixier à Elle qui tás a 'alhar comigo".
Aquela que um dia quis ser como eu, e mais tarde, descobriu que afinal, a mana mais velha não era a super heroína. Que tinha falhas, que errava, nem sempre tinha razão, não sabia tudo, que nem sequer ia conquistar o mundo.
Essa bebé, que entrou, pelos braços da nossa mãe, há vinte anos atrás na minha vida , é hoje, uma mulher reservada, ponderada discreta, serena, com uma sabedoria que me surpreende de dia para dia.
Sei que tem objectivos, tem medos, tem sonhos, quem não tem?
Pergunto-me o que nos reserva o futuro.
Amor verdadeiro? É a família. É pais, irmãs e avós.
São os que conhecemos de frente para trás. São os que nos conhecem de trás para a frente.
Basta um olhar para descodificar as suas almas, os seus estados de espírito.
Que se interessam desinteressadamente, só porque nos amam.
Apenas por isso.
A minha irmã
A Elle à(s) sexta-feira, maio 22, 2009
Etiquetas: coisas da elle
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11 Opiniões Sinceras:
boa homenagem a uma irmã :)
É tão bonito ler textos assim, onde valorizamos quem gostamos.
Eu não tenho irmãos e posso não saber valorizar certas coisas, mas não deixo de achar fascinante relações como a tua e da tua irmã.
Beijinho
A minha irma gemea é a pessoa que mais amo no mundo.E vai ser sempre a pessoa mais importante do meu mundo. :)
Amor de irmãs é a coisa mais linda que se pode imaginar... também tenho a minha que adoro. É sem dúvida a forma mais pura que uma amizade pode ter, pois sobrevive ao dia-a-dia, sobrevive ás reviravoltas que a vida dá.... Parabéns á tua maninha e uma beijoca para ti...
Que engraçado, o meu irmão diz o mesmo de mim.. Sem tirar nem por!
Tenho precisamente a mesma idade!
Tão lindo este texto...
Comoveu-me...
A coisa que mais quero é que as minhas filhas tenham uma bonita relação quando crescerem... que sejam próximas uma da outra, amigas, confidentes, que se protejam e sejam muito felizes...
Beijinhos :-)
eu se fosse tua irmã dava-te agora um abraço até te estalarem as costeletas :D
boa homenagem sim senhor :)
beijinhos
Bom fim de semana :)
bem, mas que texto...
e nestas ocasiões levantamos o corpo da cadeira e corremos a abraçar quem temos ao lado...
gostei tanto!
Eu sou a mais nova dos cinco irmãos... suponho que eles possam sentir isso por mim...
=)
de qualquer forma o que escreveste está muito bonito e a tua irmã por certo vai gostar de ler!
Que homenagem linda à tua irmã! :)
(crescem tão rápido, não é?)
Lindas palavras!
Ainda espero que o meu irmão me escreva coisas dessas... :D
Beijinhos e bom fim-de-semana
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